A Igreja reconheceu o martírio, e Benigna será declarada beata, a quarta brasileira e a primeira nascida no Ceará. O decreto de beatificação já foi assinado pelo Papa Francisco. Falta apenas a oficialização pública. A cerimônia eucarística estava prevista para o dia 21 de outubro de 2020, mas foi suspensa por causa da pandemia de Covid-19. Com a diminuição no número de casos, as equipes que a organizam retomaram os trabalhos.
“Estamos com a viva esperança de que essa data seja realizada em 2022. É o nosso sonho, a nossa esperança. No entanto, nós carecemos da confirmação da Santa Sé. Os contatos já estão sendo feitos e aguardamos as manifestações da Congregação para a Causa dos Santos”, afirmou Padre José Vicente Pinte, administrador diocesano de Crato.
Durante está quinta-feira (21), no entanto, uma cerimônia realizada na Igreja Matriz de Senhora Sant’Ana, em Santana do Cariri, escreveu mais uma página na história da virgem mártir quando o relicário contendo uma porção dos ossos dela foi lacrado com selo de autenticidade – para ser usado no dia da Beatificação – e o tecido que os envolveu foi distribuído solenemente aos fiéis em forma de santinhos de papel. Aqueles que não estavam presentes à missa poderão solicitá-los à Diocese de Crato.
Especialista nesse processo, Padre Tiago Henrique Medeiros, explicou que é costume da Igreja fazer a exumação dos restos mortais do candidato a santo “para comprovação física da pessoa, que foi sinal, farol de Deus por onde passou e viveu”.
No caso de Benigna, o tratamento ocorreu em janeiro deste ano em uma cerimônia restrita na Igreja Matriz de Santana, a partir da abertura da urna. Uma porção dos ossos dela foi reservada e envolvida em um tecido para ser depois tratada com produtos químicos para limpeza e conservação. Esse tecido foi cortado, abençoado e distribuído solenemente aos fiéis na mesma cerimônia.
“É um ato muito importante e que faz parte da prática da Igreja, dos sacramentais, onde se pede as bênçãos de Deus por onde essa relíquia está ou mesmo passa”, explicou o Padre Tiago.
Com Benigna, em romaria, rumo à beatificação
Por causa da pandemia do novo coronavírus, a 18ª Romaria de Benigna obedece às normas sanitárias como medida de segurança, embora o Governo Estadual do Ceará tenha liberado às celebrações para 100% da capacidade das igrejas. Apesar das restrições, os fiéis não deixam de rezar e de prestar as suas homenagens de devoção.
“Já temos a certeza de que Benigna será elevada às honras dos altares, embora a gente ainda não tenha a data definida. A romaria [em homenagem a ela] acontece neste clima de ação de graças e de motivação para que a gente viva bem esse momento”, disse o pároco local, Padre Paulo Lemos.
Por: Patrícia Mirelly/Assessoria de Comunicação/Diocese de Crato